sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Mini-seminário

No último dia de aula do componente abordagens autobiográficas, 17/12/12, a socializamos alguns textos sobre narrações de histórias de vida, (auto)biografia. Percebi a importância de se trabalhar com essas temáticas, visto que através de relatos de experiências de vida podemos aprender com o outro, para relatar um fato a pessoa está refletindo a história que vivenciou e assim perceberá o que pode ser melhorado, no caso da relação professor-aluno é imprescindível que o educador repense sua prática para propiciar aprendizagens significativas para seus educandos, o professor é o ator social no seu processo formativo, é um ser racional e ao mesmo tempo sentimental, ao elaborar memoriais autobiográficos o sujeito pode compreender melhor a sua carreira profissional e a atuação do outro na sua vida. No contexto em que estamos inseridos podemos ser sujeitos passivos ou ativos no processo de formação, no qual podemos construir e reconstruir sentido por meio de ações.
Enfim, através dos modelos biográficos como os memoriais poderemos representar nossa existência contando para nós mesmos e para os outros a relação da história e a cultura, nele reunimos experiências e acontecimentos  da vida pessoal e profissional, possibilita a orientação e reorientação profissional do professor. Sobre a reflexão das histórias de vida Souza afirma que: 
                                    

Ao analisar o nosso percurso no sentido de desvendar profissional que nos habita, e que desejamos ser, é possível conhecer  a própria historicidade e dar sentido às experiências vividas, ressignificando conhecimentos e aprendizagens experienciais. (SOUZA, 2008)

Sendo assim faz-se necessário que nesse processo de formação  refletir nossas experiência de vida individual e coletiva, quando o outro contribui na nossa história de vida para nos conhecermos melhor e tentar ressignificar as aprendizagens obtidas dessas interações sociais e experienciais.

Referência:
SOUZA, Elizeu Clementino. (Auto)Biografia, Identidades e Alteridade: Modos de Narração, Escritas de si e Práticas de Formação na Pós-graduação. Ano 2, Volume 4 – p. 37-50 – jul-dez de 2008.





   

Texto de Marie-Christine Josso

autora ressalta narrações de vida e suas contribuições no processo formativo através das formas e sentidos de uma existencialidade singular-plural. O conhecimento de si e a auto-orientação permite o individuo usar a criatividade. De acordo com o texto a formação no conceito de reflexão sobre a história de vida valoriza a concepção simultânea singular e sócio-cultural marcada de identidade para si. Essa identidade é construída no coletivo, quando trago elemento do outro ou no singular a partir da própria existência . Sabemos que o novo conhecimento ancora-se em outro já existente antes de ir para escola, e as aprendizagens ao longo da vida podem ser: relacionais, instrumentais e reflexivas. somos seres vivos específicos, pensantes, ativos na sociedade e conscientes sujeitos a transformações em decorrência das circunstâncias da vida. Apesar de cada pessoa  ser unica, somos ser global minha ação reflete no outro e vice-versa, como vimos no filme por causa de certas atitudes do outro a vida daquelas senhoras passaram por grandes mudanças. Também somos ser de carne e interiormente temos sentimentos, emoções e afetividade, para tomar uma decisão ou agimos pela razão( cognição) ou pela emoção(sentimento).
Portanto percebemos a relevância das narrativas de vida para a formação pessoal e profissional tanto na singularidade de cada ser ou na pluralidade das interações sócio-cultural. Sobre as narrativas Josso afirma que: "A narrativa de vida é uma ficção baseada sobre fatos reais, e que essa narrativa ficcional que permitirá, se a pessoa se mostra capaz de enfrentar esse risco, a invenção de um si mesmo autêntico." (JOSSO, p.28)

Referência:

JOSSO, Marie-Christine. As narrações centradas sobre a formação durante a vida 
como desvelamento das formas e sentidos múltiplos de uma existencialidade 
singular-plural. Revista FAEEBA – Educação e Contemporaneidade. Salvador, v. 17,
 n. 29. p. 17-30, jan./jun. 2008.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Filme: Colcha de Retalhos e o Texto: O eu, o outro e as diferenças individuais e culturais





FICHA TÉCNICA
Diretor: Jocelyn Moorhouse
Elenco: Winona Ryder, Anne Bancroft, Ellen Burstyn, Kate Nelligan, Alfre Woodard, Kate Capshaw, Adam Baldwin, Dermot Mulroney, Jean Simmons, Rip Torn, Jared Leto.
Produção: Laurie MacDonald
Roteiro: Jane Anderson
Fotografia: Janusz Kaminski
Trilha Sonora: Thomas Newman
Ano: 1995
País: EUA
Gênero: Romance
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida

Sinopse:  Winona Ryder é Finn, uma garota prestes a se formar e confusa com os rumos de seu noivado e que se refugia na fazenda da avó (Ellen Burstyn), que mora com a irmã Jo (Anne Bancroft). É tradição por lá que as mulheres teçam colchas de retalho como presente de casamento. E enquanto elas se dedicam a atividade, relembram antigas histórias de relacionamentos amorosos.

Percebe-se nesse filme que as senhoras enquanto refletiam suas histórias de vida teciam uma colcha com o fato que as marcaram em uma experiência amorosa.  Geralmente a história de uma relacionava-se com a outra até mesmo em casos de traição entre as pessoas da família. Ao contar esses acontecimentos nota-se a presença do outro na vida daquelas mulheres quer em situação alegre ou triste, pois como seres vivos vivemos em sociedade marcada por diferenças sociais e culturais, que devem ser respeitadas, principalmente no espaço escolar, extensão das aprendizagens obtidas no cotidiano familiar, um local favorável para aprendizagem e que contribuí para formação da identidade do sujeito. O texto ressalta que: na dinâmica da vida e nas histórias tecidas no nosso cotidiano que aprendemos nas dimensões existenciais e experienciais sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre o meio em que vivemos. Os acontecimentos de nossas vidas contribuem para formação de nossa identidade. Como ocorreu no filme ao longo da existência aquelas mulheres construíram aprendizagens e experiencias.
O processo de formação da nossa identidade envolve aspectos subjetivos e complexo, temos que fazer diversas escolhas no percurso da vida e a participação do outro é relevante para o eu em construção, que transforma aquilo que foi vivenciado em elementos formativos.
O professor da disciplina pediu para confeccionarmos uma cocha de retalho a partir da reflexão de fato importante da época que estudamos na educação infantil, iríamos pintar a memória em um pedaço de tecido e depois juntaria todos os desenhos formando assim a colcha com as pinturas de nossa infância. O fato que eu lembrei e considerei importante foi a brincadeira de esconde-esconde, a qual representei no retalho em através da pintura. Então a memória da minha infância permitiu refletir o que é ser criança, e que tipo de coisa ela gosta de fazer, ressalto gosta e tem prazer em brincar.
A escolha do meu desenho a respeito de uma brincadeira remete ao tema do nosso projeto de estágio: Brincando com meio ambiente, o qual relacionou brinquedos e brincadeiras com questões sustentáveis, contribuindo para desenvolvimento prévio da criança acerca do lixo, do seu destino, da necessidade de reutilizá-lo para conviver de forma sustentável com o meio ambiente. A seguir apresento a foto das memórias da infância da turma 2010.1 do curso de Pedagogia, da UNEB - Campus XVI. 




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REFERÊNCIA:


SOUZA, Elizeu Clementino. O eu, o outro e as diferenças individuais e culturais. In Espaços de encontro: Corporeidade e ConhecimentoMinistério da Educação. Boletim 7, maio 2005.


http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/colcha-de-retalhos/id/8850 Acesso em 03/01/2013.

História de Vida e Formação de Profºs, Diálogos entre Brasil e Portugal


Professora Doutora Inês Ferreira de Souza BragançaDoutora em Ciências da Educação pela Universidade de Évora-Portugal, Mestre em Educação e Pedagoga, pela Universidade Federal Fluminense. Professora Adjunta do Departamento de Educação e do Mestrado em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/UERJ) e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá (UNESA). Tem vários trabalhos publicados em capítulos de livro, periódicos e anais de eventos nacionais e internacionais sobre formação docente, histórias de vida de professores/as, memória e história das escolas. É pesquisadora do Núcleo de Pesquisa e Extensão Vozes da Educação: Memória e História das Escolas de São Gonçalo (UERJ), do Grupo de Pesquisa ALEPH - Programa de Pesquisa, Aprendizagem-Ensino e Extensão em Formação dos Profissionais da Educação, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora Portugal (CIEP UE). 
O texto aborda questões além da racionalidade técnica, deve-se considerar a racionalidade sensível incorporando a vida dos sujeitos em toda a sua complexidade existencial como componente imprescindível no processo formativo. A pesquisa da autora sobre as histórias de vida dos professores brasileiros e portugueses por meio de biografias educativas constituiu-se no processo de tematização da própria vida como espaço de tempo de formação docente. A história de vida precisa fundamentar em uma teoria sólida.
Somos sujeitos históricos, construímo-nos a partir da relação que estabelecemos conosco, com o meio e com os outros, por meio dessa interação humana produzimos e partilhamos conhecimento. De acordo com o texto as experiências formadoras são significativas e da sentido a vivência, transformam os inscritos na memória, não só como narrativas descritivas, mas como recriação e reconstrução da história. Para Bragança, formar-se é dar uma forma o que significa pôr em conjunto elementos diversos que podem ser contraditórios, essa produção de unificação, de unidade desenrola segundo uma dinâmica de produção de si. No que diz respeito a identidade individual ou coletiva é relativa aos diversos papéis que cada um exerce ao longo de sua trajetória de vida, nesse processo a memória é um elemento constituinte da identidade.


REFERÊNCIAS


BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza. Sobre o conceito de formação na abordagem (auto)biográfica. Disponível em http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/8700/6352 acesso em 02/01/13
Disponível em: http://www.grupovozes.com.br/professores.php.htm Acesso em 03/01/2013.  

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A AUTOFORMAÇÃO NO DECURSO DA VIDA


Profº Dr. GASTON PINEAU, 
Francês e canadiano, é professor emérito na Universidade de Tours, em Ciências da Educação dos adultos. As suas obras exploram a formação ao longo da vida, com a abordagem das histórias de vida, uma teoria tripolar da formação em alternância e uma perspectiva transdisciplinar.



Nesse texto o autor trás a ideia do terceiro elemento formativo, a autoformação, a força do eu na contribuição da própria formação, a partir das experiências de vida no decurso da vida, essas vivências por sua vez relaciona-se com a heteroformação, a ação do outro em nossas vidas e a ecoformação, o ambiente que estamos inseridos também favorece no nosso processo formativo. Esses tês elementos formam uma tridimensional, um movimento espiral da aprendizagem significativa acumulativa de coisas que  estão relacionadas entre si.
 "no dia a dia e de forma muito concreta, a noite é o tempo forte de autoformação, por ser o tempo morto da heteformação" (G. Pineau, 1983, p. 15 a 33). 
"A autoformação é para muitas pessoas - em especial para os indivíduos socialmente dominados - uma luta árdua pela sobrevivência em todos os instantes e lugares, que não pode ser ligada unilateralmente a tempos livres que não são automaticamente tempos educativos."  ( R. Kaes, 1973, p.67) 
 Nota-se que a autoformação é um processo contínuo de formação pessoal que transforma a relação heterônoma em autônoma, o individuo deve conseguir dominar a si mesmo e suas relações com os outros para não encontrar-se isolado, nem vulneráveis às relações sociais dominantes.  


REFERÊNCIAS


PINEAU, Gaston. A autoFormação no decurso da vida.
 Disponível em http://forumeja.org.br/files/autopineau.pdf  acesso em 01/01/2013
http://eieosasco.net/pt/palestrantes/ Acesso em 01/01/13

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA


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No dia dez de setembro de 2012 o professor apresentou o quadro  ao lado de  Salvador Dalí, Persistência da Memória (Persistance de la mémoire, 1931), óleo sobre tela, 24 x 33 cm. A obra está exposta em Nova Iorque, no museu: The Museum of Modern Art. Um “delírio comestível”, O autor pintou essa obra após um sonho com um tipo de queijo camembert que se derrete, equiparando assim a figura do homem angustiado em sentir que sua memória se esvai, compara que o homem sem memória é como relógio que se derrete. A memória é a essência da nossa vida, nela fica guardado


memória é a mente. Por isso, os desmemoriados são denominados sem mente. A alma vivifica o corpo; o ânimo exerce a vontade; Quando o conhecimento existe, é mente; Quando recorda, é memória; quando julga o reto, é razão;Quando espira, é espírito; quando sente, é sentido.” Isidoro de Sevilha (c. 560-636), Etimologias, XI, 1, 13.

domingo, 30 de dezembro de 2012

MEMÓRIA DA MINHA INFÂNCIA



O componente curricular abordagens autobiográficas, fez com que voltasse ao passado e recordasse de algo vivenciado quando estudava na educação infantil, lembrei-me quando na hora do recreio com algumas colegas íamos brincar na casa de uma delas perto da igreja onde as salas funcionava como escola, brincávamos de esconde-esconde, brincadeira para além do divertimento contribuiu para o meu desenvolvimento e dentre outras coisas propiciou minha interação com as colegas. Como afirma Oliveira a respeito da brincadeira:
A brincadeira é o recurso privilegiado de desenvolvimento da criança pequena por acionar e desenvolver processos psicológicos – particularmente a memória e a capacidade de expressar elementos com diferentes linguagens, de representar o mundo por imagens, de tomar o -----ponto de vista de um interlocutor e ajustar seus próprios argumentos por meio do confronto de papéis que nele se estabelece, de ter prazer e de partilhar situações plenas de emoção e afetividade.  (OLIVEIRA, 2005, p.231).

Ao refletir como me ensinaram na infância, não me lembro do trabalho pedagógico das minhas professoras da infância, apenas recordo da atividade de colar bolinha no papel, as brincadeiras do recreio lembrei, mas se acontecia no momento da aula não posso afirmar. O processo de alfabetização da criança não deve focar apenas no aprender a ler e escrever como um processo de decodificação, mas é preciso que o professor trabalhe o cuidar e o educar das crianças para propiciar o desenvolvimento motor, intelectual, afetivo e emocional contribuindo na formação de crianças saudáveis e felizes.

OLIVEIRA, Zilda Ramos de. Educação Infantil: Fundamentos e métodos. - 2ª ed. – São Paulo: Cortez, 2005.